BAIO CAPA
PRETA
Aporriei um pingo
baio
Desengonçado porte
feio
“P’ra” esses
torenas povoeiros
Que querem “montá”
em rodeio
E nem bem senta no
basto
Bufa e salta se
arrodeando
O lombo vira num
arco
E se debulha
corcoveando.
Bufando, rangendo
dente
Mete o focinho
entre as mãos
Se o índio tem
“perna” frouxa
Larga que é um
trapo no chão
“Veiaqueando” não
adianta
Amadrinhar dos dois
“lado”
Pois nem carrapato
gruda
No lombo deste
aporriado.
É pior que dedo nos “zóio”
Com pimenta malagueta
Nem São “Corcóvio” da jeito
Neste baio capa preta
Rinchando vira cambota
Roçando o lombo no pasto
E uma flor do campo enfeita
A cabeça do meu basto.
Berrando e dando
pinote
Coiceando “p’ra”
todo lado
Rasga capão de
espinilho
Cruza sangão e
alambrado
Deixa o taura
fincado
No meio dos tacurus
Com a cabeça
enterrada
No ninho das
“avestruz”.
Letra: Getulio Silva e Silvestre Araujo
Música: Walther Morais
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