quarta-feira, 9 de maio de 2018


                                      BAIO CAPA PRETA

Aporriei um pingo baio
Desengonçado porte feio
“P’ra” esses torenas povoeiros
Que querem “montá” em rodeio
E nem bem senta no basto
Bufa e salta se arrodeando
O lombo vira num arco
E se debulha corcoveando.

Bufando, rangendo dente
Mete o focinho entre as mãos
Se o índio tem “perna” frouxa
Larga que é um trapo no chão
“Veiaqueando” não adianta
Amadrinhar dos dois “lado”
Pois nem carrapato gruda
No lombo deste aporriado.

É pior que dedo nos “zóio”
Com pimenta malagueta
Nem São “Corcóvio” da jeito
Neste baio capa preta
Rinchando vira cambota
Roçando o lombo no pasto
E uma flor do campo enfeita
A cabeça do meu basto.


Berrando e dando pinote
Coiceando “p’ra” todo lado
Rasga capão de espinilho
Cruza sangão e alambrado
Deixa o taura fincado
No meio dos tacurus
Com a cabeça enterrada
No ninho das “avestruz”.

            
               Letra: Getulio Silva e Silvestre Araujo
               Música: Walther Morais       

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